Saturday, March 5, 2022

The Economist Special edition: A new era of high-risk economic warfare

 


Russia’s invasion of Ukraine could yet become the biggest military action in Europe since 1945. It also marks a new era of high-risk economic warfare that could further splinter the world economy.

An energy-and-commodity price shock is now ripping through the world economy as supplies from Russia are disrupted. Europe is assessing how to lower its dependence on Russian energy.

Meanwhile the measures the West has imposed on Russia are so potent that they have triggered chaos in its $1.6trn economy and prompted the president, Vladimir Putin, to issue nuclear threats. The instant immiseration of a big economy is unprecedented and will cause alarm around the world, not least in China, which will recalculate the costs of a war over Taiwan. The West’s priority must be to win the economic confrontation with Russia. Then it must create a doctrine to govern these weapons in order to prevent a broader shift towards autarky.

The fact that Russia did not take the threat of sanctions seriously at first is no surprise. For years they have been plentiful but ineffective. Reluctant to use hard power, America and Europe have reached for economic penalties instead. Some 10,000 people or firms are subject to American sanctions, affecting over 50 countries making up 27% of world GDP, and covering everything from torture to cryptocurrencies. Often they make little difference. Autocrats can evade targeted measures. Full embargoes on Iran and Venezuela have been crippling but not toppled regimes. The deterrent effect has been weak, as malefactors have assumed that America would never apply “maximum pressure” on a big economy. But that Rubicon has now been crossed.

Matthieu Favas
Finance corresponden




Friday, March 4, 2022

CONFRONTOS NO MUNDO TERMONUCLEAR E AS EXPRESSÕES DO PODER - Pedro Augusto Pinho

Impossível não vir à mente, aquele jovem que não pode enfrentar o grandalhão do pedaço, mas que salva sua imagem com o: “me segura senão eu bato”.

O poder pode ser analisado por suas expressões. Sem ministrar conhecimentos de outros, façamos breve síntese das cinco expressões do poder e onde as encontramos mais fortes nesta terceira década do século XXI.
Poder militar, que me fez pensar na situação várias vezes encontrada e que abre este artigo, está indiscutivelmente com a Federação Russa. É o grandalhão imbatível, reconquistando mais do que a posição da guerra fria: hoje não encontra concorrentes.
Poder econômico, mais importante que há uma década, no país sem dívida externa, mas, ao contrário, credor do ocidente, a República Popular da China. A cada dia com domínio crescente das tecnologias e o maior parque industrial do planeta, se firma como o grande poder econômico do século XXI.
Poder tecnológico, que sempre acompanha o militar e o econômico, a ponto de ser considerado, por muitos, como detalhamento destes, está no contexto euro-asiático, na dupla Rússia-China.
Poder psicossocial, cuja importância alcançou pontos altos quando concentrado na religião ou nos veículos de comunicação de massa, hoje mais distribuído pelas comunicações virtuais, pelas bandas de cá, ainda está no contexto OTAN, ou seja, no idioma inglês, com o domínio de quase dois séculos consecutivos.
A disputa está no controle político, principalmente quando o mundo termonuclear - expressão do genial Darcy Ribeiro - pode não deixar sobreviventes se resolvido pela guerra.
Porém, o mundo da política ou é participativo ou uma falácia. Quem acredita em democracia onde apenas as mesmas forças são sempre vencedoras, e os eleitores, obrigados ou não, tem limitadíssimas alternativas de escolha?
Vejamos o Brasil. Desde 1822 tem os centrões, ou seja, o poder fundiário e bacharelesco como dominantes, e, o que é mais grave, quando se abre ainda que pequena brecha nesta couraça política, logo se articula e desencadeia um golpe: ora militar, ora parlamentar, ora judicial, e também múltiplo, como este último: parlamentar-judiciário, com respaldo militar. Mas fortemente carregado pelas finanças apátridas.
Uma questão certamente intriga a todos: como, em menos de trinta anos, a China, com Deng Xiao Ping (1904-1997), e a Rússia, com Boris Iéltsin (1931-2007), deixaram de ser um adendo ao mundo unipolar, ser uma colônia de banqueiros, para se transformarem em potências mundiais?
Alguns articulistas levantam a “questão dos mísseis” dos anos 1960. Mas a situação que envolveu John Kennedy e Nikita Khrushchov é totalmente diferente da que enfrentam Vladimir Putin e Joe Biden. Primeiro porque os Estados Unidos da América (EUA) nos anos 1960 era nação soberana, com poder militar semelhante ao da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Hoje os EUA é um país ocupado pelo sistema financeiro apátrida e perdeu muito do seu poder industrial, coesão social, e força econômica. Por outro lado a Federação Russa recuperou a até superou seu poderio militar e tecnológico bélico dos anos 1960, e tem, além das reservas de petróleo e gás, maiores da Europa e das maiores do mundo, o apoio integral da nova potência econômica, a República Popular da China. Não há potência econômica sem consumidores e a China é a maior potência comercial do planeta.
Os cinco grandes dos hidrocarbonetos, que movimentam o mundo real, o econômico e o militar, não as fantasias das “Sociedades Abertas”, do megaespeculador George Soros, são:

RESERVAS EM 31/12/2020, conforme bp Statistical Review of World Energy 2021, os cinco grandes:
País (óleo - bilhões de barris) (gás - trilhões m³)
Venezuela ............... 303,8
Arábia Saudita ........ 297,5
Irã ............................ 157,8 ................. 32,1
Iraque ..................... 145,0
Federação Russa . 107,8 ................ 37,4
Qatar .................................................... 24,7
Turcomenistão .................................... 13,6
EUA ..................................................... 12,6
Enquanto o contexto euro-asiático promoveu nestes 20 e poucos anos investimentos produtivos no desenvolvimento tecnológico, na industrialização, no comércio, na saúde e na educação, e no bem estar de seus povos, o contexto OTAN se preocupou em dar máxima rentabilidade ao capital especulativo, ao pagamento de elevados dividendos, e a transferir recursos dos tesouros nacionais para cobrir as aplicações mal sucedidas, as denominadas “crises”.
Além do que, os capitais marginais, ainda que tendo altas taxas de rentabilidade, colocam seus capitais, para esperar a próxima compra de drogas, pessoas e órgãos humanos, prostitutas de todas idades e sexos, aplicados nos 85 paraísos fiscais existentes no mundo. Ou seja, passam ao modelo de gestão compartilhada com os demais capitais, inclusive dos aristocratas e nobres ingleses.
Alguma dúvida do que está ocorrendo?
Eis a razão das agências noticiosas russas estarem censuradas no ocidente, assim com as vacinas russas e cubanas não terem aprovação no Brasil, todas estas restrições que nos fazem pagar mais caro e, certamente, por produtos piores, que não enfrentariam competição, e de nos colocarmos ajoelhados, com dinheiro na mão, aos pés dos bispos Macedo, Malafaia, Santiago, Soares e tantos outros neopentecostais, de outras denominações e até padres e bispos católicos ultraconservadores.
É na guerra da conversa, do levar no papo, do poder psicossocial que o mundo OTAN ainda se mantém. E com esta expressão do poder busca dominar a expressão política.
Apenas um movimento do acaso desencadeará a catástrofe nuclear. Dos capitais da prostituição e do jogo ao do palácio de Buckingham e ao da CIA, em Langley (Virgínia), não se espera encontrar suicidas em posição de mando.
Ao fim, como noticiou o Monitor Mercantil, em 02/03/2022, na coluna Fatos e Comentários, o jornalista Marcos de Oliveira, “há a bolha de US$ 2 quadrilhões”, em papéis podres - dívidas e derivativos, analisa o Instituto Schiller, pronta para estourar.
Nenhuma surpresa, além da oportunidade da revelação. Desde nossas coloridas jornadas de 2013, venho escrevendo que a crise 2008-2010 apenas estava interrompida, até por falta de recursos nos tesouros estadunidense e europeus. Mas a disputa entre capitais tradicionais e marginais não revelara nitidamente um vencedor, e a especulação já fazia antever nova crise. Com o golpe das finanças no Brasil, em 2016, se apossando do pré-sal, e de lambuja outros valiosos ativos brasileiros, imaginei que uma parte estava dando lastro a estes papéis podres. Ainda tenho esta compreensão, pois a crise não foi descortinada.
Mas a guerra, certamente Putin tem conhecimento, ainda mais preciso, deste imenso furo nas finanças OTAN, foi desencadeada pela absoluta fragilidade ocidental.
Concluo transcrevendo da coluna do jornalista Marcos de Oliveira, parte do Manifesto divulgado pelo Instituto Schiller, fundado por Helga Zepp-LaRouche, viúva do escritor, professor e político estadunidense Lyndon LaRouche (1922-2019):
“A City de Londres e Wall Street, os proprietários desse sistema falido, estão desesperados para destruir qualquer alternativa funcional a seu sistema – como a aliança da Rússia e da China em torno da Iniciativa Cinturão e Rota (Nova Rota da Seda), que agora incorpora quase 150 nações – e o establishment financeiro declarou abertamente que é isso o que está em jogo” e “Se as políticas atuais continuarem, a guerra nuclear se tornará uma possibilidade muito real – depois da qual não haverá vencedores e muito provavelmente não haverá sobreviventes”.
Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.