27 de Moisés de 212
27 de janeiro de 2001
Palestra
A Harmonia e os Transtornos Mentais
Um delineamento à respeito da Teoria Positiva dos Estados de Saúde e Patológicos da "Alma ou Psique ou Mente", residente no Encéfalo, denominados :
Razão,
Loucura,
Alienação e
Idiotismo.
Segundo Augusto Comte
Escrito por R. Teixeira Mendes e
Adaptado e Atualizado Cientificamente, para Palestra, por P. A . Lacaz,
Quero neste momento agradecer ao Mestre dos Mestres, Augusto Comte; e parabenizar seus discípulos: Dr. M. G. Audiffrent ; o Sr. Sacerdote Positivista R. Teixeira Mendes; o Dr. Aníbal Silveira - Prof. de Psiquiatria desta Faculdade de Medicina de Jundiaí - Pós Graduado em Fisiologia Cerebral, em Chicago, nos USA; e o Dr. Jefferson de Lemos, médico Psiquiatra Social, que muito colaboraram e utilizaram, a Teoria Cerebral, a Filosofia Positiva, o Tratado de Sociologia e etc. de Augusto Comte, para obter suas Conclusões na: Etiologia, na Patologia, na Fenomenologia, nos Diagnósticos; nas Terapias e na Prevenção ( Higiene Mental e Profilaxia Psíquicas)
E agora, quero render as minhas homenagens, a Equipe de psiquiatras, Chefiados pelo Dr. Joacy Salles de Barros, bem como a Bibliotecária desta Faculdade de Medicina, Senhora Aiko Chibukawa, que se simpatizaram pelo assunto, e me deram esta oportunidade, de reativar o Positivismo, neste espaço da Arte Médica.
Desejo enfatizar e deixar registrado, que não sou psiquiatra, mas sou um profundo estudioso do Positivismo, das Obras de Augusto Comte, nos seus originais, e fui considerado pela Associação Internacional Positivista, em Paris, como um Religioso e Político Positivista, localizado no Brasil; como pode ser visto no "site" www.multimania.com/clotilde/urls.htm , devido aos meus artigos e minha Pagina - www.doutrinadahumanidade.com . Jamais terei a ousadia de clinicar, mas tenho o DEVER, de passar aos Senhores, que estudam e se dedicam à Psiquiatria, com vista a amenizar o sofrimento daqueles, cujas "Almas, penam", aqui na Mãe Terra; as conclusões cientificamente fabulosas, que se chegam, por meio desta Doutrina.
I ) Vamos primeiramente compreender a concepção Geral do Homem, em toda sua complexidade.
II) Em segundo lugar, vamos examinar as condições do equilíbrio cerebral, de onde resultará, a noção precisa, dos estados denominados, Razão, Loucura, Alienação e Idiotismo. Desta forma, isto nos conduzirá a percebermos a conexão entre o Problema Mental e o Religioso (Doutrina).
III) Em terceiro lugar, para apresentar breves reflexões sobre a Instituição do tratamento que convém ao Organismo Humano, no que tange a Loucura.
IV) E Finalmente, em quarto lugar, vamos examinar a evolução histórica, na pré-disposição para gerar as Perturbações Mentais. Moléstias da Alma.
Antes de mergulharmos nestes quatro itens, seria de bom alvitre, que os senhores tomassem conhecimento do que é o Positivismo. Para isso irei projetar rapidamente, algumas transparências, para elucidar esta Doutrina.
E retornaremos em seguida, ao tema desta palestra, que ficaria solto, sem a devida visão Sintética da Doutrina, que dá o sustentáculo à Psiquiatria Positiva. Para se conhecer o Positivismo, nos originais de Augusto Comte, é necessário estudar 8 anos; 6 horas por dia, no mínimo; e nos dois primeiros acompanhado de um conhecedor do assunto.
(I) Concepção Geral do Homem.
A) Para podermos analisar o Homem, como qualquer outro ser vivo, exige-se que se considere o seu Organismo e o Meio, sob cujas influências, este organismo surge, se desenvolve e termina
O HOMEM -B) Para que possamos compreender o Organismo Humano, há necessidade de se distinguir o Corpo (Soma), da "Alma" (psico) .
- Corpo ( Soma), que se compõe de:
- Uma parte Vegetativa - As Vísceras
- Duas partes Animais
Ativa ----- Os Músculos
Passiva ---- Os Sentidos (8)
A "Alma" (psico), que está localizada no Encéfalo - representada por 18 funções Cerebrais, Concebida por Augusto Comte, cuja demonstração categórica coube à Gall, mas que falhou; e que até hoje, os acadêmicos, provavelmente por ingratidão, procuram denegrir; ela explica cientificamente, todo o comportamento da saúde e da patologia psíquica.
Entre o Corpo e a Alma, existem relações, que foram percebidas desde a Teocracia*, mas que somente P. J. G. Cabanis - pelo seu livro Rapports du Physique et du Moral de l’ Hommé 1824. 1844, 8a Edição; que dignamente esboçou, esta última fase da idade revolucionária, sobre este tema;
- O Corpo atua sobre o cérebro, por intermédio do Sistema Vascular e do sistema Nervoso Sensitivo.
- O Cérebro, por sua vez reage sobre o Corpo, pelos nervos motores e nutritivos.
* estilo de governo baseado no império das vontades divinas, o governo se impõe pela herança natural, onde o povo se subordina.
Estas ações e reações , são regidas pela grande Lei Natural, que preside a todos os fenômenos mútuos; lei esta, a 12a Lei da Filosofia Primeira ou da Fatalidade Suprema - conhecida como Lei da Mutabilidade ou Lei da Equivalência ou ainda Lei da Ação e Reação, que diz : "Existe sempre equivalência entre a reação e a ação, se a intensidade de ambas, for medida de acordo com a natureza de cada conflito".
Eis em resumo, a concepção sintética do nosso organismo, tal como resulta da elaboração científica. A Complexidade e as relações recíprocas dos seus elementos, conduziram a velha forma do consensus ( acordo unanime - tudo é solidário, tudo concorre, tudo conspira); mostrando a dificuldade do problema humano. Desta forma basta evidenciar a irracionalidade de procura-se a Saúde do Corpo, separado da Saúde da Alma.
Isto é um absurdo, separar a Medicina da Moral.
Desta forma, fica totalmente sem base, de um modo incontestável, a inqualificável monstruosidade, que constitui a radical e plena especialização médica, cuja pretensão, é conhecer e tratar de forma isolada, os fenômenos que por sua natureza, repugnam qualquer fracionamento.
Mas no regime em que vivemos, hoje em dia, no capitalismo democrático, exige que o tempo seja dinheiro; e por isso não temos tempo de formar Médicos Sacerdotes, e sim muitas das vezes Médicos Mercenários, para o "mercado da Patologia".
Esta indissolubilidade do nosso Organismo, é uma das bases, da Instituição Sacerdotal no Positivismo; que prescreve, que o Sacerdote seja Médico, e que o Médico, seja Sacerdote.
O Meio - C) Vejamos agora O MEIO, onde o Homem Vive.
Normalmente concebe-se O Meio, por forma que não corresponde à realidade; por que só se levam em conta, as influencias "cósmicas" - chuva, vento, frio, calor, terremotos, etc.; mas na verdade, cada um de nós sofre ações de duas categorias de fenômenos:
Uns Físicos e Outros Sociais
Por isso, a vida de cada homem, não depende somente das condições planetárias; mas também da civilização, onde ele se forma, e se desenvolve; isto é, onde ele VIVE.
Por isso, é importante reconhecer, que a maioria das influencias físicas, só afetam o indivíduo, através da espécie; porque a espécie vai cada vez mais modificando a sede de sua existência ou morada.
Resumindo, cumpri distinguir dois Meios para o Homem:
- O Mundo e A Humanidade
As influencias Cósmicas atuam diretamente sobre o "Soma", mesmo as irradiações cósmicas, que agem sobre as glândulas cerebrais, alterando os metabolismos hormonais.As influências das Ações Sociais, agem na "Alma", que reside no Encéfalo, por meio da qual, cada indivíduo, se liga mais especialmente ao Passado e à Posteridade (gerações futuras); visão subjetiva.Ao passo que o Público, isto é, as gerações que compõem a atualidade - no Presente, atua como sendo um mundo Objetivo, isto é, externo.
Assim resulta, que o Conhecimento e o Destino do Homem, não só supõe a composição do seu organismo, no seu conjunto; e mais ainda; ser impossível semelhante compreensão, sem o pleno conhecimento, do duplo meio que o envolve.
Augusto Comte, exigiu que o Médico e o Sacerdote, fossem Filósofos, com o objetivo, deles virem a ter uma noção ampla, do Conjunto do Ser Humano.
Augusto Comte, exigiu que o Médico e o Sacerdote, fossem Filósofos, com o objetivo, deles virem a ter uma noção ampla, do Conjunto do Ser Humano.
No entanto, hoje em dia, levantam-se todas as mediocridades, interessadas na desordem social, se opondo e dificultando o preenchimento de tais condições; mesmo com estas imposições revolucionárias, fica evidente, que o Problema Humano não importa a razão.
O que acabamos de explanar, foram preliminares indispensáveis, para as apreciações especiais, dos diferentes estados mentais, cujos os exames vamos nos dedicar, a partir deste momento.
(II) Exame das condições do equilíbrio cerebral, de onde resultará, a noção precisa, dos estados denominados, Razão, Loucura, Alienação e Idiotismo. Desta forma, isto nos conduzirá a percebermos a conexão entre o Problema Mental e o Religioso (Doutrina).
Cérebro e suas Funções : Conforme a demonstração original de Gall, o cérebro é um conjunto de órgãos, isto é, um Aparelho; e que, de seu funcionamento resultam todas as manifestações psíquicas. Estas manifestações são sempre complexas, pois supõe a convergência de todos os órgãos cerebrais; e de todo o organismo. Pois o cérebro sem o corpo não pode funcionar.
Mas esta complexidade não impede que uma análise, dos fenômenos psíquicos, conduza a assinalar, as funções elementares, de cuja convergência resultam as funções mais ou menos complexas.
Gall, foi o primeiro à tentar, este exame com base positiva, falhou por que lhe faltavam antecedentes lógicos e científicos, que se resumem na construção da Ciência Sociologia. Multiplicou sem necessidade os órgãos elementares; o que não impediu ao seu gênio, de acertar em mais de um caso; alem do que, a seu trabalho foi imprescindível, para expor cabalmente o problema.
Augusto Comte, depois de discutir o método indispensável, a tão delicada análise, e mostrar que o método, se resumia por um lado, em subordinar a Indagação Anatômica ao exame Fisiológico; e por outro lado, comprovar a inspiração sociológica pela comparação zoológica, formulou o Quadro Sistemático da Alma.
Desta construção resulta a divisão do cérebro, em duas regiões desiguais, sendo a posterior consagrada ao Sentimento e ao Caráter, a anterior à Inteligência.
Os Órgãos da Inteligência estão em concessão com o Mundo, pelos aparelhos dos sentidos ou sensitivos. Os do caráter também se comunicam com o exterior pelo sistema nervoso motor. Os da inteligência só tem relações com os outros órgãos, vegetativos e animais.
Além disso, os órgãos cerebrais tem comunicações mutuas por meio de nervos destituídos de nevrilema.
O equilíbrio cerebral faz-se espontaneamente pela natural preponderância do sentimento sobre o caráter e sobre a Inteligência. Mesmo nos casos em que se acha que o Sentimento está subordinado à Inteligência; o que não é verdade pois de fato o que ocorre, é que a inteligência fica subordinada aos Sentimentos egoístas : a vaidade, o orgulho e quase sempre a cobiça.
a) Assim, se predominar o Altruísmo, pensa-se e age-se por Amor.
b) Caso predomine o egoísmo, pensa-se e age-se por interesse.
No primeiro caso, o equilíbrio é estável, porque a supremacia do Altruísmo exige apenas a subordinação e não a destruição das sugestões egoístas. Acresce que essa supremacia dá a Inteligência os mais amplos destinos; pois os sentimentos generosos são os promotores dos pensamentos gerais. Os grandes pensamentos vem do Coração, disse Vauvenargues.
No segundo caso, é forçosamente instável o equilíbrio, porque a multiplicidade dos instintos egoístas e seu poder, os fazem sucessivamente aspirar o comando.
Estas considerações já demonstram que o equilíbrio mental não será possível senão ocorrer a subordinação da Inteligência ao sentimento Altruísta; de sorte que o papel da Inteligência, consiste essencialmente em procurar, linhas de raciocínios para realizar esta digna submissão.
Além disso, é fácil mostrar que a inteligência não poderia encontrar em algum lugar, ponto de apoio, ao se examinar, o modo pelo qual se formam as concepções.
Aristóteles formulou o axioma primordial, de que nada existe na inteligência que não venha pelos sentidos.
Leibnitz, devido as aplicações viciosas deste enunciado, completou , afim de introduzir a espontaneidade mental: exceto a própria inteligência.
Logo em seguida, veio Kant que deu à este Princípio, sua formula sistemática, pela distinção entre o Objetivo e o Subjetivo.
Locke, Hume, Diderot e outros concorreram para por esta verdade fora de qualquer contestação, examinando-a sob diversos aspectos.
O resumo de todos estes trabalhos, com relação às concepções humanas, as normais como as anormais; as leis científicas, como as idealizações estéticas; os planos técnicos, as criações teológicas, as fantasias metafísicas, os delírios dos loucos, etc; tem sempre uma parte Objetiva e uma outra Subjetiva.
A parte Objetiva, teve origem, nas imagens exteriores, que por abstração deram as idéias, que pelos seus conjuntos deram os Pensamentos - então a parte Objetiva, corresponde aos elementos do Pensamento; a parte Subjetiva é a interação destes elementos dos Pensamentos.
Isto é tão fatal, como o Sol emana calor.
Ora senhores, como o ser humano está limitado a oito sentidos ( tato, musculação, gustação, caloração, olfação, audição, visão e eletrição), é provável que no mundo, pode passar-se uma infinidade de fenômenos , que para nós, são como se não existissem. Ainda mais: os nossos sentidos são imperfeitos, e jamais conseguiremos torná-los perfeitos.
Portanto, mesmo quando as ligações por nós introduzidas, para agrupar os elementos fornecidos pela contemplação do mundo, pudessem ser, a reprodução fiel, das relações reais; com certeza, a insuficiência inevitável dos materiais, tornaria impossível a representação absoluta da realidade.
Cabe aqui, questionarmos, se ao refletir, todo o desenvolvimento científico, para provar à Sociedade, quanto o nosso poder Indutivo e dedutivo, é inferior a complexidade dos dados fornecidos pela Observação, poderemos razoavelmente, aspirar descobrir no Mundo , o princípio coordenador dos Pensamentos?
Considerando esta situação precária da inteligência, e analisando, se nos resta outra linha de ação, senão aplicar as poucas forças, que possuímos à solução das questões que o amor social reclama.
Que mais digna missão à ser dada a Inteligência, do que consagrá-la a indicar os meios capazes de habilitar-nos, à satisfazer as aspirações generosas !
Considerações desta ordem levaram Augusto Comte a condenar a cultura da Ciência para a Ciência; da Arte pela Arte.
Pois podemos notar que o Pensamento que não visar o bem geral, é uma divagação, não é uma concepção onde simultaneamente ocorre o real, útil, certo, preciso, orgânico e relativo.
Essa subordinação da Inteligência ao Altruísmo, é a primeira condição da Harmonia Mental. Mas para realizá-la definitivamente é necessário o conhecimento das Leis Naturais Gerais, que regem essa subordinação; pois, tais Leis constituem os princípios universais do Dogma Positivo, e codificado por Augusto Comte de Filosofia Primeira ou Fatalidade Suprema.
Ocorridas antes da Teoria da Abstração, estas Leis Naturais marcam o inicio da Instrução Enciclopédica. Este ensino, segundo o Positivismo deve ser ministrado pelo Sacerdote, aos jovens de 14 à 21 anos; abrangendo as ciências: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia e moral teórica e pratica.
Mostrar a Transparência com enunciado das 15 Leis Universais
Neste momento, já estamos de posse das ferramentas, e podemos compreender, em que consiste os estados mentais, denominados: loucura, alienação, idiotismo e razão.
Antes de tudo, cumpre distinguir, segundo o Dr. M. G. Audiffrent, no seu Livro "Des Maladies Du Cerveau et de L’ Innervation" - 1874 - a loucura e a alienação.
A alienação consiste na impossibilidade, em que se acha o indivíduo de harmonizar sua conduta, com a sua situação.
É evidente, por este raciocínio, que um doido é um alienado; mas a recíproca não é verdadeira.
Há indivíduos que conhecem a sua situação, no entanto não tem em si, força de vontade para se adaptar à ela. Por exemplo, são os casos dos movimentos irresistíveis. Os indivíduos nessas condições são Alienados, mas não são loucos.
As nossas concepções (Ato de ciar mentalmente), como já vimos, tem uma parte Objetiva e outra Subjetiva; para que a concepção seja normal, isto é , corresponda ao estado da razão, é imprescindível que ela represente o Mundo, com o grau de aproximação exigido, pelas nossas necessidades morais, intelectuais e práticas.
E para julgar se uma concepção, está nestes casos, é preciso atender ao Conjunto das Leis Naturais da Fatalidade Suprema. Todas as vezes que não for assim, a concepção é mórbida, isto é, gera doenças: sendo que se pecar por excesso de subjetivismo, assinala o estado de loucura; e se pecar por excesso de objetivismo, marca o estado de idiotismo. Donde se percebe que a Razão é o meio termo, pois a loucura e o idiotismo são os extremos.
As mesmas Leis Naturais, mostram que o Estado de Razão, nada tem de absoluto: como todas as concepções científicas, ele é relativo. Tal modo de pensar, que em certa época, e em certos indivíduos, constitui prova de loucura, em outras épocas, e em outros indivíduos é plenamente normal.
Para julgar as concepções; isto é, ao se analisar os atos de se criar mentalmente, ou conhecer as Abstrações, é necessário lembrar, que entre as Leis Intelectuais, ( as 4/5/6/7/8/9 Leis do Grupo das Plenamente Subjetivas - da Filosofia Primeira); umas são Estáticas,(4, 5 e 6) isto é, verificam-se por toda parte e em todos os Tempos; e outras, as Dinâmicas (7, 8 e 9) só podem ser verificadas em civilizações que já possuam uma longa evolução.
As Leis Estáticas do Entendimento, são sempre respeitadas no Estado de Razão. Assim a concepção normal é sempre a mais simples, a mais simpática e a mais estética, de acordo com os dados adquiridos; as impressões são sempre mais vivas e mais nítidas, do que as imagens subjetivas, o que nos liberta das alucinações habituais; e finalmente, a imagem normal, é preponderante, o que nos preserva da incoerência. Estas três Leis Naturais, representam o Mundo como fornecendo à inteligência, o alimento, o estimulante e o regulador. Quando da loucura, pelo contrário, há sempre a complicação das hipóteses; as imagens interiores tornam-se tão nítidas, que as impressões ou imagens externas, podem até passar despercebidas; e finalmente ao mesmo fenômeno, correspondem imagens, as mais extravagantes.
No entanto, as Leis Dinâmicas do Entendimento, onde o equilíbrio resultante das Leis Estáticas é susceptível de diferentes estados; leva-nos à concluir, que a suprema lei lógica, consistindo na formação da hipótese mais simples, mais simpática e mais estética, de acordo com os dados obtidos; compreenderemos que estes diferentes estados estáticos, variando à medida que a vida individual ou coletiva se prolongam, por isso, a concepção normal também deve mudar. Esta mudança é sempre regida pela mesma lei, porque a complicação normal é invariavelmente destinada à representar o conjunto dos dados, da maneira mais simples, mais simpática e mais estética. Por exemplo, basta considerar a série de hipóteses imaginadas sobre a forma da Terra, e encontraremos a verificação do que acabo de expor.
Primeiramente a Terra foi considerada Um Plano; depois uma esfera e finalmente uma Elipsoide.
As três Leis Dinâmicas do Entendimento: Lei da Evolução Intelectual, Lei da Evolução Ativa e Lei da Evolução Afetiva, especificam o caminho em que se operam essas transformações. Estas leis nos mostram, como as duas ultimas Leis do 1O Grupo de Leis - Tanto Objetivo como Subjetivo: a Lei da Imutabilidade e da Modificabilidade, que caracteriza o Estado Positivo, representam dados que não podem expressar as Fazes Anteriores ( Fetichista, Teológica e Metafísica).
Assim os Politeístas e Monoteísta, Gregos, os Romanos, os Judeus, os Maometanos, os Protestantes e os Católicos, que esperaram e esperam, conseguir todas as transformações, invocando as vontades dos Deuses ou do Deus; não levam em conta as mencionadas Leis Naturais; e nem por isso estão loucos. Isto porque, com os dados cósmicos, sociais e morais de que eles dispõem: a crença em que tudo é governado pelo arbítrio de entes sobrenaturais, constitui a hipótese exigida pela 1a Lei - Lei da Relatividade - ou das Hipóteses. Mesmo assim não estão livres de freqüentes alucinações; por faltar-lhes uma teoria científica que explique a sensação; que permita ratificar as perturbações que elas expressam. Mas, espontaneamente, a vida pratica, corrige os desvios, que tem origem na essência destas crenças, subordinando todos os aspectos da natureza humana às necessidades sociais. Mas, é somente quando a existência se complica, pela multiplicidade dos elementos e das relações, que o empirismo, torna-se insuficiente para garantir essa preponderância da vida coletiva.
Quanto as Leis do 3o Grupo, que são principalmente objetivas, não são exclusivamente morais, mas com certeza, elas se verificam na existência humana, e explicam uma série de circunstancias, de outra forma que não leva em conta a inteligência humana, isto é, onde se processam as leis do entendimento.
O resumo, do que ficou dito, é que os estados de loucura ou de idiotismo, só podem ser julgados tomando para termo de comparação, a fase Mental da Humanidade Contemporânea do Indivíduo. Um maior subjetivismo ou um maior objetivismo, marcam a tendência para a loucura ou para o idiotismo, respectivamente. Mas cabe aqui alertar, que estas fases mentais, devem ser apreciadas, tomando em consideração, o conjunto das leis naturais, que regem a existência e o desenvolvimento de nossa espécie. Desconhecendo estas leis, o empirismo conduz a substituir o Público pela Humanidade; e decidir do estado mental, pela comparação com a generalidade dos contemporâneos.
Esta pratica, permite sempre acertar, quando a diferença, entre o Indivíduo e a Atualidade, facilita ele voltar, à um estado mental, já transposto, pelas pessoas, com quem ele convive. Mas quando as contradições resultam de achar-se o indivíduo, mais adiantado do que o comum dos homens contemporâneos, e desta forma o exame sendo-lhe impossível; é fácil contemplar-se o espetáculo, de entes queridos do indivíduo, saturados de um subjetivismo doentio, repreenderem de loucos ou de idiotas , os que não crêm na mesma fantasia.
Este fenômeno é apenas transitório; porque a evolução tende elevar todos os Homens ao conhecimento dos resultados científicos. Uma vez realizada essa transformação, à um certo grau, cessará a discordância entre os juízos do bom senso vulgar, e as indicações dos verdadeiros teoristas ou cientistas.
Aqui, cabe uma pergunta: Quais são as condições para que haja ocorrência da Loucura?
Não há duvida que se pode conceber a priori, um excesso de subjetivismo, por doença própria dos órgãos intelectuais. Mas quando se reflete na fraqueza intelectual da inteligência, não se pode deixar de reconhecer; que tais casos devem constituir uma raridade. Mas na hipótese de lesão de tais órgãos , é antes presumível o idiotismo.
A Loucura supõe quase sempre uma Emoção exaltada, que torna impossível uma Harmonia Mental, pelas reações da parte dos Órgãos do Sentimento, sobre os Órgãos da Inteligência. Estes Sentimentos podem ser de origem Altruísta, como são citados em alguns casos, do que os empíricos chamam de "mania religiosa" - predominante principalmente, naqueles que lêem e relêem constantemente a Bíblia, e ficam nas praças publicas pregando as palavras do Senhor; num subjetivismo teológico, quase puro; sem nenhuma outra atividade.
Mas quase sempre o motivo, parte do sentimento egoísta; sendo o materno, o orgulho e a vaidade, os que fornecem o maior número de loucos, segundo o Dr. Audiffrent.
A atividade representa um papel eminente na manutenção do equilíbrio cerebral. Muitas vezes, a loucura é devida, não tanto aos exageros do sentimento, mas devido a insuficiência do Caráter, sobretudo no que se refere a Perseverança.
A excitação dos órgãos do Caráter, a prudência, a coragem e perseverança, podem produzir alienação sem loucura; mas pode também, excitando quaisquer dos órgãos do Sentimento, com quem estão relacionados, determinar a Loucura. A Alienação pode também ser devida a uma exaltação Sentimental, ou mesmo, a uma perturbação visceral.
Alem das causas do desequilíbrio da Alma, pode a loucura ser proveniente das reações vegetativas. São as loucuras desta categoria, que fornecem a maioria da cura, atribuídas ao emprego de medicamentos.
Para completar estas rápidas e sintéticas explicações, vamos acrescentar, que a excitação vegetativa determinante da loucura, pode ser favorecida, por um regime alimentício anômalo; por falta ou por excesso; mas neste ultimo caso, é mais provável o Idiotismo.
Cabe aqui mostrar o Quadro dos Principais Sintomas Peculiares à Loucura e ao Idiotismo - extraído da Obra - Des Maladies du Cerveau Et De L’Innervation, pagina 690 - 1874, do Dr. M. G. Audiffrent -
Podemos assim concluir que a Harmonia Mental, bem como o Equilíbrio Funcional de qualquer parte do Organismo, supõe a Harmonia do Conjunto. Assim, um ponto lesado, reage sobre o sistema, e pode acarretar a violação dos limites, de variação compatíveis, com a existência racional. Daí a grande complicação do problema humano, isto é, a dificuldade de conseguir e manter a unidade funcional.
Como foi visto, que para realizar a harmonia cerebral, é necessário um sentimento predominante; mas o sentimento pode apenas suscitar desejos, de cuja satisfação, cabe a inteligência indicar os meios; que a atividade ou caráter tem que realizar. Segue-se que, uma vez aceita a preponderância Sentimental, como base; compete a Inteligência dissipar, pela estabilidade da ORDEM que revela, as Emoções {(Flutuação Sentimental ( egoísmo x altruísmo)}. A Partir deste ponto, a Atividade pode por em pratica os projetos, que o AMOR Social inspirar à Inteligência. Foi assim que Augusto Comte, resumiu, em uma Máxima:
"Agir por Afeição e Pensar para Agir".
Resumindo, o equilíbrio orgânico, supõe um Sentimento Predominante, combinado com uma imagem coordenadora, para conduzir à uma Prática contínua.
O Objetivo das Religiões, é atingir e manter a Unidade Moral e Social ( mas hoje em dia, só se vê predominar o interesse por dinheiro, isto é, a unidade Material). Todas elas deveriam ter como principal objetivo, encontrar soluções desse problema supremo, por caminhos mais ou menos aproximados, conforme os Tempos e os Lugares; o desenlace coube a Augusto Comte. Tomando por princípio o Amor Universal; por Base, o conhecimento Científico da Ordem, que nos domina; e por fim, isto é, por objetivo, o aperfeiçoamento contínuo do Homem. Assim o Positivismo liquidou o empirismo tateável e inaugurou a conciliação sistemática da Ordem com o Progresso.
III) Reflexões Gerais, Sobre a Instituição do tratamento dos estados anômalos do Psico, especialmente o da Loucura.
III) Reflexões Gerais, Sobre a Instituição do tratamento dos estados anômalos do Psico, especialmente o da Loucura.
Rompido o equilíbrio mental, quais as condições para restabelece-lo ?
Esta questão nos conduz a apresentar algumas reflexões gerais sobre o tratamento dos estados anômalos do organismo e em especial o da Loucura.
O conhecimento dos antecedentes é o elemento indispensável para a instituição dos meios curativos, porque são eles que fornecem os dados necessários para julgar da origem do mal. Os casos de perturbações devidas às reações vegetativas, são sem dúvida as mais acessíveis ao empirismo médico. Mas os Médicos não dispensam o recurso às influencias morais destinadas à por o cérebro, em condições de melhor reagir.
A loucura caracterizando-se por um excesso de subjetivismo, faz com que todos os esforços, devam se concentrar, em fazer predominar as correspondentes imagens normais, a cada impressão. Assim, as imagens, sendo tanto mais vivas , quanto mais os sentimentos o afetem; a conseqüência, é que a convivência com as pessoas da família, com os animais domésticos e os amigos, constitui o meio , mais seguro para chamar um Homem à razão.
Por que a imagem de um estranho, como a de um objeto qualquer, que não impressione fortemente os sentimentos altruístas, podem fortemente despertar as fantasias do delírio ?
No estado de excitação cerebral, em que se acha o doente mental, o louco, cada nova impressão, constitui um tema propício e oportuno para divagações. É indispensável justamente, cercá-lo dos entes queridos, cuja a imagem normal, tende a prevalecer, com mais espontaneidade, sobre aquelas que a agitação da Alma faz aparecer.
Assim, por exemplo, é mais fácil ver uma irmã, uma esposa, uma mãe, um amigo de confiança, para que o doente volte a realidade, e compreenda que tem ao seu lado, os entes que de fato ai estão, do que deparar e contemplar um desconhecido.
No caso dos familiares, o pensamento repousa, sobre uma idéia grata, traz mil outros pensamentos suaves; o indivíduo não precisa esforço para aceitar a realidade.
No segundo caso, no ambiente com um desconhecido, o seu cérebro tem que trabalhar muito mais, para esclarece-lo: quem é, por que razão está ali ?; o que quer este desconhecido, que nunca viu ? Assim, a Alma incapaz de ponderação, com os delírios que se vão sucedendo, vai se habituando naquele estado, e a volta à posição normal, é cada vez mais difícil.
Ai do louco, que desconhece os entes queridos, cujo laços o prende, aos mais fortes dos sentimentos, os altruístas.
Neste momento cabe, indagarmos, quais os cuidados da vida interesseira, que se possa comparar aos carinhos domésticos, e as delicadezas da amizade?
Que assalariado é capaz de seguir a todo instante, o melindroso inferno, para surpreender os momentos favoráveis, a uma intervenção mais ativa ou para fazer recuar os motivos da aflição, que forem surgindo, neste pobre doente ?
Quem vai livrá-lo, de se entregar às suas próprias cogitações, tanto mais poderosas, quanto mais isolado ele estiver ?
É inútil insistir por mais tempo, em considerações, cuja evidência é do conhecimento de todos. Estas evidências tornam-se claras à irracionalidade do proceder, daqueles que constituídos de qualquer concepção teórica, sobre o Homem; levados por um empirismo do falar, entendem que a obrigação, é a de segrega-lo da Família, e entregá-lo a si mesmo, justamente, quando ele mais carece de apoio e de dedicação, no ceio dos seus entes queridos.
Um cérebro que se debate no meio de Fantasmas, o empirismo médico, subtrai os pouquíssimos degraus, que permitiriam construir a escala dos entes reais, e, não contentes, os arruína com violentas* repreensões.
*É evidente, que falamos em geral, por que não desconhecemos, os casos particulares, que aconselhamos a retirar o louco, pelo menos momentaneamente, da influencia dos seus entes queridos; quando falta em casa, quem contenha as suas manifestações perigosas, ou quando é preciso evitar conflitos morais no seio da família."
*É evidente, que falamos em geral, por que não desconhecemos, os casos particulares, que aconselhamos a retirar o louco, pelo menos momentaneamente, da influencia dos seus entes queridos; quando falta em casa, quem contenha as suas manifestações perigosas, ou quando é preciso evitar conflitos morais no seio da família."
O Positivismo, segundo Comte, alerta aos médicos, que se objete enumerar casos de restabelecimentos por esses processos, que mais parecem imaginados, para fazer enlouquecer, do que curar a loucura. Pois que, se as estatísticas de cura, bastassem para demonstrar, que todos os processos terapêuticos têm eficácia; pois verificamos, que todos eles invocam crescimento de número de sucesso.
** A História da Medicina, que pode ser encontrada, no Livro de F. J. V. Broussais - Examen de Doutrines Médicales - 3a Edição - 4 volumes - Paris 1829 - 1834, está ai para confirma-lo . o Principal livro de Broussais, foi Cours de Phrénologie*** - 1836. ***Teoria sobre o Caráter e as Funções Intelectuais Humanas, baseada na configuração do crânio. De acordo com a opinião de Hipócrates, que dizia, que o Juízo é difícil e a experiência falás .
Não basta contemplar a coincidência dos fenômenos, para concluir da sua correlação; as dependências sentimentais, só podem ser conhecidas, por um exame, para o qual raríssimos médicos são competentes. O que faz crer que em grande quantidade de homens capazes, é a facilidade com que, ao serem descobertos estes fenômenos, por um diminuto numero de gênios, quando as condições sociais as tornam oportunas; tais dependências de fenômenos, podem mais tarde serem assimiladas, por nós que temos a inteligência vulgar. Como esta assimilação ainda não se tornou geral, é provável que os poucos, que bem ou mau às realizam, protegidos pelos privilégios dos acadêmicos e pela ignorância da maioria, possam fazer acreditar, numa capacidade que realmente não possuem.
Aliás é fácil de se verificar, e nós mesmos diretamente damos conta dos motivos gerais, que explicam as curas, por todos os métodos.
O primeiro método, está na Leis da Persistência, em virtude da qual o organismo perturbado, por qualquer circunstancia, tende espontaneamente voltar ao equilíbrio, isto é, à Saúde. E como os limites de modificabilidade na espécie humana, são os mais amplos, em virtude da terceira Lei da Filosofia Primeira; o organismo supera, mesmo aquelas perturbações, devidas à intervenção médica, quando esta não vai alem de certo ponto.
O segundo método, reside nas reações do moral, sobre o físico; o médico atuando beneficamente, no maior numero dos casos, pela confiança que inspira, mais do que pelas drogas que receita.
O terceiro método resulta dos cuidados prestados ao regime do meio físico e alimentar, não só furtando o organismo às influencias diretas do meio cósmico, como modificando a alimentação; semelhante cautela é de máxima importância; porque, graças a este regimen, o cérebro fica menos perturbado, pela reações corpóreas, e pode melhor reagir e restabelecer o equilíbrio funcional da ALMA ou Psique.
Finalmente junta-se a todas estas considerações, que na quase totalidade dos casos graves; e que não são os habituais - todos os processos são igualmente impotentes, e antes aceleram do que retardam o doloroso desfecho.
Isto que acabamos de expor, não nos leva à concluir que o médico seja inútil; mas no entanto para julgar do alcance dessa intervenção, é preciso levar em conta, uma serie de elementos, ordinariamente desprezados, pelo empirismo e pelos profissionais e pelo publico não maliciosos, sem falar no freqüente charlatanismo de muitos profissionais.
O Modo como se vulgarmente se apreciam os casos específicos, é ainda uma prova da estreiteza do ponto de vista médico, atual. Com efeito, não se pode desconhecer, que as substancias assimiláveis, devam atuar, diversamente sobre cada ponto do organismo, em virtude da observação de Bichat, sobre a vitalidade particular de cada tecido. Mas daí tirar conclusões, que os modos de desequilíbrio orgânico, mais ou menos análogos, isto é, o que se chama a mesma moléstia, possam ser dissipados, por uma única substancia invariável, abstraindo das desigualdades individuais, é simplesmente uma irracionalidade.
Augusto Comte no seu leito de morte, Disse: a medicina oferece um vício lógico, capital : tem regras gerais para casos particulares.
De acordo com o Positivismo, a Saúde, constitui a harmonia de todas as funções, corporais e psíquicas ; e a moléstia é a desarmonia dessas funções; e como tal afeta todo o organismo. A maior das perturbações de certas funções, e a lesão correlativa mais perceptível de certos órgãos; não autorizam a desconhecer o caráter sintético das alterações patológicas, e eleger os vários modos de desequilíbrio funcional, em tipos autônomos, isto é, que não sofrem ações externas.
Por outro lado, o organismo doente, é regido pelas mesmas leis que o organismo são, - segundo a grande Lei de Broussais, " as Doenças , são a expressão , por via de Excesso ou de Falta, nas intensidades que compõe a Equação da Saúde; o estado que compõe este equilíbrio é conhecido como Saúde; donde a Terceira Lei da Filosofia Primeira - Lei da Modificabilidade - Todas as Modificações na Ordem Universal, limitam-se à intensidade dos atributos, cujo o arranjo permanece inalterado; é a generalização. Para elucidar o que foi dito , vamos dar um exemplo na biologia: o Câncer e a Necrose, são a reproduções celulares manifestadas em seu superávit e em seu déficit, respectivamente.
Daí se conclui que as substancias estão dispostas em duas categorias: conforme são assimiláveis ou não assimiláveis; as primeiras são alimentos em certa dosagem; excitantes numa dosagem maior e calmantes em uma dosagem menor. Esta é a lei geral que Augusto Comte deu à terapêutica. Dela resulta a explicação racional desse fato, que o empirismo sensato, muitas vezes tem reconhecido; por saber que basta a modificação do habitual regime alimentar, para muitas vezes restabelecer o equilíbrio psíquico perdido.
Vejam só, seja qual for a racionalidade que atingir a Arte Médica, ela jamais dispensará a observação clínica, para a formação dos seus profissionais; e o recuso por parte destes aos meios cujo o alcance, um sábio empirismo houver demonstrado. Mas no futuro os indivíduos estarão em melhores condições, para precaver-se contra as perturbações , de que hoje somos vítimas.
Em primeiro lugar, não sofreremos os abalos profundos e os trancos de uma sociedade revolucionária.
Em segundo lugar, uma educação sólida, instituirá o regimen nutricional de acordo com nossa constituição física, moral e intelectual - psicossomática.
O Culto da Humanidade desenvolverá o Altruísmo; o egoísmo será preservado dos excitantes materiais , e das leituras depravadas; ao mesmo tempo a situação política proporcionará o lar de acordo com as prescrições higiênicas e morais; e permitirá um salário que, tomando por baseia organização geral da vida doméstica, libertará os Homens comuns da miséria e do luxo.
Nestas condições, as perturbações doentias pouco afligirão os indivíduos.
Mesmo ai, o Médico será um conselheiro, tendo para esclarecer as luzes do enfermo, além do conhecimento habitual que resultará dos contatos provenientes da sua função sacerdotal.
Estas reflexões parecem-nos suficientes para que se julgue, se a situação moderna, justifica os privilégios de que se acha investida a corporação medica, e sobretudo se aprecie o valor lógico e científico da especialidade em geral, e particularmente no que se refere a medicina cerebral, de hoje.
IV) Exame das diversas fazes da Evolução Histórica, nas predisposições, para desenvolver as moléstias da Alma ou Psique.
No período fetichista a loucura é rara. Mas no período teológico e na metafísica, que garantias tem o homem contra a loucura, além das reações expontâneas da vida prática ?
Indivíduos que crêem na existência de entes fantásticos, não suscetíveis de verificação, e dotados de grande poder de intervenção nas atividades terráqueas.
As Pessoas que têm o cérebro povoado de Deuses, anjos, arcanjos, demônios, gênios e almas teológicas, compartilhadas com as imagens reais; ? que defensivos encontram nas suas doutrinas , para não caírem na loucura, quando por qualquer circunstancia, forem atacados pela apreciação destes entes ditos sobrenaturais, isto é, por alucinações ?
Os teologistas, católicos e o protestantes, que aconselham a penitencia, a e mortificação da carne, como eles se resguardam racionalmente das reações perturbadoras, do corpo sobre o cérebro ?
Os Positivistas encontram nas suas convicções um apoio para estas perturbações de que for cometido. Como todas as garantias científicas, nada tem de absoluto; mas é o único com quem se pode contar.
Todo esse mundo ideal de entes estra-humanos é substituído pela contemplação, conscientemente subjetiva das gerações que passaram e das gerações que hão de vir.
Se por ventura, a Emoção exaltada pelo sentimento, torna nítida e vivazes as imagens subjetivas dos entes adorados; fazendo com que escutemos as suas vozes e enxerguemos as suas imagens; ao nível de mesma "nitidez", que as imagens reais e objetivas; os positivistas, sabem que estas visões, não são de mortos ressuscitados, cujo o conhecimento destes mortos objetivamente, mas vivos subjetivamente, só podem encontrar na meditação, aquilo que realizaram em vida objetiva.
Não é permitido invocar conselhos e ordens que recebeu nos encantos de seus prazeres. Não pode então, crer na realidade objetiva dos Deuses de seu Culto; quando esta realidade, já houver cessado pela morte.
Também é proibido entregar-se, tanto aos excessos egoístas, que degradam e conduzem ao idiotismo, como aos exageros da mortificação, que torna o homem, incapaz de servir ao seu semelhante, o que predispõe para todas as perturbações doentias, inclusive a loucura.
Aceitando resignado as fatalidades, que não pode modificar, aproveita a flexibilidade superior dos problemas morais, para suprir, com o aperfeiçoamento próprio, as imperfeições de sua situação. E contenta-se com os entes que adora, com a convivência que resulta da recordação saudosa, de seus benefícios e de suas virtudes; sabendo que não há outra imortalidade, além da assimilação, pelas gerações atuais, das conquistas realizadas pelas gerações que passaram.
Aqueles que com tais armas fracassam no batalhar da existência, só tem que lamentar a própria fraqueza, isto é, o seu frágil caráter.
Si fractus illabatur orbis, impavidum ferient ruinae .
Se o mundo desabasse sobre ele; ele seria ferido pelas ruínas, impávido ( sem medo)
Este, exame parcial nos revela, que a situação teológica-metafísica, é a mais favorável para predispor o homem à loucura; visto que a crença em um mundo sobrenatural , torna possível todas as divagações , sem falar na excitação contínua, que os sentimento egoístas do orgulho e da vaidade, tem origem nestas crenças, teológicas-metafísica.
Mas cumpre reconhecer que o perigo cresce, quanto mais predominar a fase metafísica.
Felizmente, os grandes homens do catolicismo, dispondo do vago inerente ao seu Dogma, instituíram verdadeiros aparelhos de segurança, contra as alucinações pessoais. Foi assim que as visões, podem ser ao mesmo tempo obras do demônio ou de Deus. Os doutores Romanos estabeleceram a competência, exclusiva da classe espiritual, os Sacerdotes, e especialmente o chefe da hierarquia, para decidir, caso a caso.
Esta atitude mostra o alcance social e moral do Dogma da Infalibilidade Papal - Prerrogativa atribuída ao Papa, para que os Católicos não errem em questões pertinentes à Fé e ao Costumes; quando pretende conferir uma orientação universal.
Já o Protestantismo, quebrando esta garantia, e pondo o crente em comunicação direta com Deus, pelo dogma do livre arbítrio, favorece o desequilíbrio mental. Porque simplesmente, o dogma neste caso, é favorável a desenvoltura da Vaidade e do Orgulho, comprimindo a Veneração; isto é, destrói as bases de todas as disciplinas, principalmente a Social.
O estado revolucionário deísta ou ateu, agrava esta situação, pela proclamação absoluta do livre exame, por tal forma, que cada um afeta hoje tirar de si, por uma inspiração monstruosa, todas as suas crenças.
O resultado dessa desorganização, do regimen católico, criando o protestantismo, tem sido a exacerbação contínua dos instintos egoístas, e a compressão dos sentimentos Altruístas, cuja as influências os teologistas atribuem à Graça Divina; e os revolucionários pretendem substituir pelo interesse bem entendido.
O desuso das praticas disciplinares instituídas no Passado até o Catolicismo, envoltas na condenação, que feriu de morte o teologismo, colocou o cérebro dos ocidentais, em uma instabilidade, que torna precária, não só a harmonia mental, mas também a saúde do Soma.
É o que facilmente se compreende, quando se sabe que, em conseqüência da evolução, as relações entre o cérebro e o corpo, tem se tornado cada vez mais intimas.
Daí, a explosão de todas essas manifestações doentias, peculiares a situação moderna; e que tem por base a produção, espontânea ou artificial, de fenômenos nervosos, mal interpretados, como o magnetismo, o espiritismo, etc. assim surgem freqüentes casos de loucura, cujo delírio revela ao observador competente, a exaltação característica da moléstia ocidental. Mas que hoje em dia já está contaminando a própria China Fetichista.
Sei que estou criando muitas simpatias e umas antipatias , pois sei que neste momento são muitos convencidos da minha verdade, mas são pouco convertido a minha Doutrina. A maioria recua, e limita-se a uma vaga simpatia, quando se não transforma em inimigos rancorosos.
Vale dizer, que Religião, cada um escolhe a sua, pois depende, do Sentimento que o domina, do nível de sua inteligência e do Caráter de suas ações.
Cada um está em uma fase de Evolução. Os Positivistas respeitam todas as Religiões.
Espero ter colaborado com a Alma dos Senhores, tornando-os mais simpáticos às verdades Científicas do Positivismo, e aproveito a oportunidade para agradecer e elogiar a sabedoria dos Senhores, citando duas máxima de Confuncio 540 aC.
Só os Sábios, não se irritam com o falar dos outros.
Somente o Sábio e o Idiota não mudam de opinião, pois o sábio sabe, e o Idiota, escuta mas não ouve, e enxerga mas não vê .
Saúde, Respeito e Fraternidade
Muito Obrigado!
P. A . Lacaz